Diante das tristes e catastróficas noticias das ultimas semanas sobre a retomada do Talibã ao poder do Afeganistão quis entender mais sobre o país e sua história, e os impactos que esse retorno pode e ja está causando as mulheres afegãs.

A escolha do livro o Livreiro de Cabul não foi baseada na nacionalidade do autor como os anteriores (Asne é uma jornalista norueguesa), mas pela história/reportagem que o livro apresenta sobre vida das mulheres afegãs. Logo após a queda do regime talibã a autora se hospedou durante três meses a na casa do livreiro Sultan Khan. Neste livro ela narra muitas historias reais presenciadas e escutadas da vida dele e de sua familia.

Na trajetória do livro a Asne intercala descrições de períodos da história do país com as experiencias da familia, a exemplo dos tempos de conflitos com a União Soviética, Guerra Civil de 1992 a ascensão e queda do Talibã.

Ela também cita os 16 decretos que deveriam ser seguidos quando o Talibã assumiu o poder em 1996, dentre eles: Mulheres estavam proibidas de andarem descobertas, os homens não podiam barbear e estava proibido músicas e comemorações, ou seja o Talibã eliminou qualquer expressão de arte e cultura.

Assim a mulher era/é totalmente excluída da sociedade. Não tem voz, direitos, escolha, elas não tem função social a não ser reprodução e de preferencia de filhos homens, já que até o casamento é um contrato, elas são dadas ou vendidas e deixam de ser submissas ao pai e passam a obedecer ao marido.

Finalizo a leitura e vejo o livro cheio de marcações. Penso sobre o título “o livreiro...”, profissão do Sultan que nos remete a educação, aprendizado e conhecimento, mas na verdade Sultan é a representação do maxismo presente na cultura em que a mulher é uma mercadoria.

“As mulheres se escondem atras da burca e sob ela vestem roupas grandes e largas. Por baixo das saias usam calças compridas e mesmo entre quatro paredes é raro ver um decote. Homens e mulheres que não são da mesma família não devem se sentar na mesma sala.”

Fonte: BBC